terça-feira, 20 de novembro de 2012

Era uma vez dois turcos, uma portuguesa, um ucraniano (e uma nepalesa)

Ontem, segunda-feira, cheguei ao restaurante às 9h e ainda estava fechado. 
Outra vez. 
A minha colega inglesa estava outra vez "doente". Começo a perceber que os turcos têm razão para desconfiar que ela está a mentir. Pelo que tenho percebido só trabalha quando precisa de dinheiro, nomeadamente para tabaco, bebida e outras coisas mais fortes. Vive com o namorado e, pelos vistos, além de "padecerem" dos mesmos vícios e problemas com o trabalho não têm que pagar renda de casa, gás, luz, água, e por aí em diante. A rainha paga. Têm, os chamados, "benefits". Assim é fácil. 
Apesar de não estar lá ela, estava outra rapariga. Não a outra inglesa que foi da primeira vez que ela faltou mas sim uma nepalesa. 
A rapariga disse aos turcos que já tinha trabalhado num café, mas pelo que mostrou acho que deve ter sido com a mesma máquina de café que eu trabalhei antes de ir para lá, ou seja com aquela de cápsulas.  (não sabia, portanto)
O problema é que demorou demasiado tempo a aprender ou pelo menos a demonstrar que poderia aprender rápido. Além de não conseguir trabalhar com a máquina do café fez uns tantos disparates com os clientes, inclusivamente entornar um hot chocolate inteiro. 
Resultado: passadas duas horas foi-se embora. 
A rapariga tinha a mesma idade do que eu, já está está aqui há mais de um ano e está a tirar o ensino secundário. Quando perguntei se tinha vindo com a família (depois de saber a idade), disse-me que tinha vindo com o marido. Com o marido?! Acho que fiquei tão surpreendida com ela quando me disse que era casada como ela ficou quando lhe mostrei como funcionava a máquina de café e fazia um "latte" (aquela bebida com leite e café que fica com três cores em camadas). Ficava surpreendida com quase tudo. 
Fiquei a pensar na relatividade dos factos e experiências. 

Voltando ao restaurante: como a nepalesa foi-se embora só fiquei lá eu e os dois turcos. Eu a atender os clientes, um a cozinhar e o outro (o patrão) a lavar a loiça. 
Tumbas! Joana André, a manager e relações públicas do estabelecimento. 
Na hora do almoço chegou o ucraniano que trabalha em part-time. Ficou ele a lavar a loiça, os dois turcos a cozinhar e eu a atender os clientes. 
Às 18h, hora de fechar, estava exausta. 
Mas contente porque não me tinha enganado em nada e os clientes até foram dizer bem de mim aos turcos. 
Bom dia de trabalho. 

Hoje, como já se sabia que a inglesa não ia outra vez tive que ir às 7h. Ainda era de noite. 
Sem ninguém à experiência, fui só eu, os dois turcos e o ucraniano à hora de almoço. E safei-me outra vez. Sem enganos e a trabalhar cada vez melhor.
Os turcos adoram-me e os clientes velhotes também. Os turcos porque já os "safei" umas vezes (e tendo em consideração que estou cá só há um mês, eles acham espectacular) e os clientes porque falo imenso com eles (ou pelo menos tento e quando não percebo digo "yes" e fica a coisa resolvida). 
Tumbas! Joana André, a manager e relações públicas do estabelecimento. 

Amanhã começo, outra vez, às 7h. 
Para compensar, à noite vou jantar a Piccadilly Circus (ao Nando's, possivelmente) com os amigos de Tomar. 

Rua de casa às 7h

Rua do restaurante às 7h

1 comentário:

  1. o nando's é um restaurante português, certo? o frango e os pasteis de nata não sabem exactamente ao mesmo, mas até se comem.=P

    ps.: saudades de ir aí outra vez..=(

    (joana abreu)

    ResponderEliminar