sábado, 3 de novembro de 2012

Condição de turista

Novidades.
Hoje foi o último dia que fui trabalhar no emprego que arranjei. 
E adivinhem: não me pagaram os dias que trabalhei. 

Ontem o dia foi completamente desgastante.
Tive a trabalhar, sem parar sequer para comer, das 9h30 às 15h30. Depois apanhei o autocarro para tentar fazer uma conta no banco. Consegui, cheguei ao local um quarto de hora antes de fechar (aqui os bancos, ou pelo menos aquele, fecham às 16h30). Como é comum em Inglaterra, tive que marcar uma entrevista para abrir a conta (será quarta às 15h). Já para ter o National Insurence Number (Nº Seg. Social) também tive que marcar uma entrevista, mas esta só será para 29 de Novembro. Mesmo a tempo, tendo em consideração que estou a pensar voltar passados uns dias, mas de qualquer forma fica feito para o caso de voltar. 
Voltando à correria de ontem. 
Depois de ir ao banco, fui a Oxford Circus (aquela rua cheia de lojas que já mencionei num dos primeiros posts do blog) para ir à Primark comprar umas coisas para quarto. Comprei um edredão, capa para o edredão, lençol e umas pantufas (30 libras, nada mau). A seguir, fui para casa da amiga que me tem ajudado por cá (uma ajuda importante e essencial!) para ir buscar as minhas coisinhas para levar para o quarto novo. Depois de tudo arrumado, pegámos nas malas e lá fomos nós. 
Mais ou menos 40 minutos depois, estava no quarto novo. 
Assinado o "contracto", recebidas as chaves, saí para ir comprar algumas coisas para a despensa. 

Daí estar exausta. 
Mas, mesmo assim, não consegui dormir à noite. 
Continuei a pensar no trabalho e na remuneração associada. Valeria a pena por tão pouco? 

Tinha o despertador para as 9h15 (porque tinha que estar no hotel às 10h), mas eram 8h e já estava levantada. 
Liguei para os meus pais para mais uma vez falarmos de toda esta situação. 
Percebemos que não compensava tamanho esforço. Afinal "tão pouco" não iria fazer tanta diferença comparado com as privações que a experiência poderia trazer. 

De qualquer forma, fui para o hotel com intenção de perceber claramente se a situação era aquela que eu estava a compreender. Se fosse, então decidiria que não continuava. 
E era. Tal como estava a perceber. E decidi não continuar. 
E adivinhem: não me pagaram os dias que trabalhei. 
Incluindo o de hoje, porque a minha teimosia em cumprir a minha palavra "obrigou-me" a fazê-lo. Afinal de contas estavam a contar comigo para trabalhar.
(Parva, pensam uns. Mas não o consigo fazer de outra forma. Teimo em pôr as necessidades dos outros à frente das minhas. Defeito. Haverá o dia que me canso.)

E agora? 

Volto à condição de turista. 
Peão das ruas de Londres. 
Visitante dos museus e locais simbólicos de Londres.
Curiosa das faculdades e universidades de Londres.
Observadora das oportunidades de emprego de Londres. 
E quem sabe, voluntária de uma qualquer causa de Londres. 

Afinal de contas,  Londres é enorme. 

What will be will be. 

Local do meu quarto. 


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